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COMEÇO


Um cego sente menos,

Por não poder enxergar? 

Um mudo sente menos,

Por não poder falar? 


Algumas coisas na vida

Necessitam de pouco

Para serem sentidas 


Talvez,

Quanto menos precisar

Mais intensas elas são vividas


Um ramo de hortelã

Exala um aroma maravilhoso

Sem nem mesmo precisar

Fazer um chá


De fato,

Quanto mais simples algo for

Mais estimulante e prazeroso

Poderá se tornar 


Algo simples

Como aquele frio na barriga

Que antecede

Ao primeiro toque 


Aquele desejo

Aquela vontade

Aquele sentimento

Aquela conexão 


De sentir que é algo a mais

De sentir que agora vai 


O início

De um começo




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Vê-la dormir me traz uma sensação de paz Que há muito tempo eu não sentia. Seus olhos, que há poucos instantes olhavam para mim Agora descansam em calmaria. A brisa que faz seu cabelo balançar Me hipnotiza enquanto aqui escrevo De repente, ainda dormindo Você procura por mim com seus braços. Você gosta de me ouvir tanto quanto eu gosto de lhe escutar Imagino o que você estaria agora a sonhar. Eu fecho os olhos, ainda acordado, deitado ao seu lado Ouvindo as músicas que tanto escutamos juntos, E isso me acalma de uma maneira singular. Fecho os olhos novamente, Você já não está lá Ouço as mesmas músicas,  Mas já não me acalmam como antigamente. Acordo, com você ainda me amando Mas percebo que foram apenas lembranças Acordo novamente, mais lembranças Novamente dura até quando? Esse poema, diferente do tempo Não é linear Mas e você, onde está? Eu queria estar ao seu lado Ou embaixo Ou em cima Com certeza dentro Só sei que eu quis estar com você. Mas não apenas em lembranças.

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